
A HISTÓRIA DO ALAN PORTO VIEIRA
Em busca de tudo o que foi perdido.
Alan Porto Vieira é designer desde o ano 2000, quadrinista desde 2005 e artista desde sempre. Nasceu e viveu em Votuporanga-SP e pinta as paisagens do interior, das cidades e das fazendas, e tudo o que se esconde entre a grama e o asfalto. É também jornalista e escritor, e algum dia conseguirá ser tudo isso sem precisar deixar nada de lado.
Quem é Alan?
Alan Porto Vieira é desenhista, pintor, quadrinista e designer, tendo circulado desde o ano 2000 no mundo das artes, das cores e das proporções. Nasceu nos anos 80 em Votuporanga, entre o centro da cidade que crescia e o sítio dos seus avós que diminuía, lentamente engolido pelo asfalto e pela especulação imobiliária. Sua arte procura responder algumas perguntas vindas dessa época: o que foi perdido? O que a cidade deixou de ser ao se tornar o que é hoje? O clima mudou, novas paisagens substituíram as antigas, os prédios passaram a fazer parte do horizonte, tudo isso em poucos anos – poucos quando se considera a eternidade. Votuporanga é uma cidade jovem, talvez jovem demais pra ter uma personalidade sólida, mas velha o suficiente pra ter histórias. Em seus quadros, Alan procura essas histórias escondidas nas flores, nas ruas, nas casas com arquiteturas antigas que ainda resistem ao progresso, nos caminhos diários que seus moradores fazem todos os dias, tornando-se parte de seu imaginário.
A busca pelas histórias o levou a cursar jornalismo na Cásper Líbero, em São Paulo, em 2008. Foram sete anos na cidade grande, cheia de silêncios ruidosos e pessoas invisíveis. Lá ele construiu uma carreira, mas não criou raízes. A arte da culinária e da crítica gastronômica se tornou uma de suas paixões, encaixando-se facilmente na mesma pergunta: o que foi perdido? Quais os sabores de antigamente que nunca voltaram, nunca se repetiram? Sejam os pães caseiros dos nossos avós, as frutas no pé ou mesmo a fórmula das bolachas, quais os gostos que nunca mais sentiremos? O jornalismo passou logo, mas não a literatura, e, principalmente, não a arte. As mesmas histórias dos livros de receitas agora são contados em forma de quadros, forçadamente modernizados, arrancados das tradicionais naturezas-mortas em cores e estéticas modernas. Esse é o mundo hoje.
Alan Porto Vieira, em seus quadros, analisa e tenta buscar tudo o que foi perdido, afundar nas raízes do interior de São Paulo, como arqueólogo soprando a poeira das ruas, encontrando na paisagem pistas de como era o antigo mundo. E, mais do que responder sobre o que foi perdido, talvez encontrar a resposta pra pergunta mais importante: o que merece ser conservado?
